O texto aponta a vinculação da alfabetização às praticas sociais do cotidiano da criança, portanto, sua realidade deve ser respeitada no processo inicial da escrita e leitura.
Por esse motivo, as autoras destacam a importância do termo "múltiplas alfabetizações", pois precisamos utilizar diferentes formas de práticas de leitura e escrita para valorizarmos o contexto social de nossos alunos e ajudá-los a terem êxito na escola.
Outro ponto destacado é a facilidade de adaptação, no processo escolar, quando o aluno vem de uma cultura familiar similar a que encontrará na instituição. Quando os contextos se divergem o fracasso fica explícito, na maioria das vezes.
O professor deverá reconhecer as diferentes habilidades trazidas por seus alunos, para que a partir daí, possam fazer uma "ponte" com os novos ensinamentos propostos em sala de aula.
Na página 89 do texto em questão, encontramos um exemplo de alfabetização em "múltiplas línguas". Famílias de Bangladesh, matriculam seus filhos em três escolas diferentes( alfabetização), desta forma, eles se apropriam das múltiplas línguas, para utilizá-las de acordo com a necessidade que encontrará ao longo de sua vida. Nesse caso, em escolas majoritárias, onde a alfabetização é ministrada em inglês, escolas corânicas, onde a alfabetização é realizada em árabe e finalmente, em centros comunitários, para instrução em Bengali, mantendo assim, sua identidade cultural.
O exemplo acima é mencionado no texto com um propósito de refletirmos sobre o tema. Observamos, na maioria das vezes, que as alfabetizações em alguns países subdesenvolvidos, a valorização da língua inglesa. A relação de poder explícita, nesse caso, acaba por excluir e dificultar a aprendizagem de crianças que vem de uma cultura distinta, por tanto, uma outra comunicação. A vida anterior da crianças, antes desta entrarem na escola é descartada e a "imposição" de uma nova língua pode ocasionar dificuldades na aprendizagem. Seria importante, partir da língua materna para iniciarmos os ensinamentos de um novo idioma. Assim, a aprendizagem pode se dar mais solidamente.
Partir do que o aluno traz, muitas vezes, seria valorizar as experiências que são desconsideradas no âmbito escolar e social. No entanto, é o que devemos fazer para que nossos alunos vejam sentido no que aprendem na escola.
A imagem postada mostra a diversidade encontrada na escola. Portanto, não podemos padronizar e valorizar uma única forma de ver o mundo. Devemos olhar as diferentes realidades, respeitando seu ponto de vista e apartir daí expor o que é valorizado no mundo social e escolar de uma maneira crítica e reflexiva.
Quando vivênciamos a entrada de uma criança oriunda de alguma comunidade carente, observamos essa exclusão de perto. No interior da favela, as pessoas tem uma maneira própria de se comunicarem, distinto do padrão culto e exigido nas escolas. Desta forma, quando o educando entra na instituição, ele leva essa sua cultura para dentro da escola. Muitas vezes, essa linguagem é desvalorizada, principalmente pela professora, que o faz acreditar que sua fala está errada e é inapropriada no mundo educacional. Naquele momento, a criança sente-se afastada, acreditando que a escola não a pertence, pois está muito distante de sua realidade local.
A reflexão está muito bem pontuada e aborda os aspectos relevantes do texto. É necessário, porém, corrigir a autoria do texto. O texto é de Eric Jacobson e consta do livro de Ana Teberosky e Marta Gallart. Outra coisa, seria importante focalizar a relevância da oralidade na fase da alfabetização, bem como apresentar algumas situações do cotidiano que auxiliem na melhor compreensão dos aspectos teóricos.
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